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sábado, 25 de agosto de 2012

CABOCLOS & CABOCLAS


A palavra caboclo, vem do tupi kareuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. Espírito que se apresenta de forma forte, com voz vibrante e traz as forças da natureza e a sabedoria para o uso das ervas.
A marca mais característica da Umbanda, uma religião surgida no Brasil no final do século XIX e início do século XX, é a manifestação de entidades espirituais, por meio da mediunidade de incorporação. Os primeiros espíritos a “baixar” nos terreiros de Umbanda foram aqueles conhecidos como Caboclos e Pretos-velhos, a seguir surgiram outras formas de apresentação como as Crianças, conhecidas, variadamente, como Erês, Cosme e Damião, Dois-dois, Candengos, Ibejis ou Yori. Essas três formas, Crianças, Caboclos e Pretos-velhos, podem ser consideradas as principais porque resumem vários símbolos: representam, por exemplo, as raças formadoras do povo brasileiro – indígenas, negros e brancos europeus – e também representam as três fases da vida – a criança, o adulto e o velho – mostrando a dialética da existência. Além disso, trazem valores arquetipais de Pureza e Alegria na Criança; Simplicidade e Fortaleza no Caboclo e a Sabedoria e Humildade dos Pretos-velhos, mostrando o caminho para a evolução espiritual dos sentimentos, do corpo físico e da mente. Com a expansão da Umbanda, muitas entidades apareceram, como os Baianos, Boiadeiros, Marinheiros e outras, sem falar de Exu, outro grande ícone umbandista.
Essa diversidade confirma a abrangência desse movimento espiritual que chama a todos e recebe seres encarnados e desencarnados, com vibrações de fraternidade e amizade sob a luz de Oxalá.
Nesse artigo trataremos, mais especificamente, das entidades conhecidas como Caboclos, in­variavelmente presentes nos terreiros de Umbanda, praticando a caridade e cumprindo sua missão espiritual.
Existem variações no entendimento que os umbandistas têm sobre o que sejam os caboclos. As variações são próprias do movimento umbandista, notavelmente plural, mas há consenso na Umbanda, no fato de que os Caboclos são espíritos de humanos que já viveram encarnados no plano físico e são, portanto, nossos ancestrais. É interessante notar que em alguns cultos afro-brasileiros, os caboclos são considerados “encantados” e se relacionam com os espíri­tos da natureza, recebendo nomes de animais, plantas ou outros elementos naturais. Essa percepção se aproxima das lendas indígenas que narram um tempo em que os animais falavam e viviam em comunhão com os homens, podendo um se transformar no outro, (veja mais nas obras de Betty Mindlin).
A palavra caboclo vem do tupi kariuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. A partir daí vem a relação com os índios brasileiros, de tez avermelhada. Assim, a palavra caboclo passou a designar aquilo que é próprio de bugre, do indígena brasileiro de cor acobreada. Posteriormente surgiu a noção de caboclo como mestiço de branco com índio, o sertanejo. Dada essa relação dos caboclos com os indígenas – nos terreiros de Umbanda é dessa forma que se manifestam -, e aproximando esse fato ao Orixá Oxossi, que em África é cultuado como Odé, o caçador, o Senhor das Florestas, conhecedor dos segredos das matas e dos animais que lá vivem, diz-se que os Caboclos que baixam na Umbanda são espíritos ligados a Oxossi. Muitos entendem que somente esses são caboclos e que as entidades da vibração de Ogum, Xangô, Yemanjá e Oxalá não seriam, propriamente, caboclos. No entanto, há caboclos da praia, do mar e das ondas, das pedreiras, das cachoeiras, dos rios etc., cujos elementos se associam mais aos outros Orixás que a Oxossi.
Outra maneira de se interpretar as entidades de Caboclo, é como espíritos que se apresentam na forma de adultos, com uma postura forte, de voz vibrante, que trazem as forças da natureza, manipulando essas energias para trabalhar nas questões de saúde, vitalidade e no corte de correntes espirituais negativas. Seu linguajar pode se assemelhar ao dos indígenas, paramen­tados ou não com cocares, arcos e flechas, machadinha e espadas. Aqui estamos entendendo os Caboclos de maneira mais ampla, como símbolo de fortaleza, do vigor da fase adulta, existindo caboclos de Oxossi, Xangô, Ogum e mesmo aquelas entidades ligadas aos orixás femininos, como Yemanjá, Oxum, Yansã. É claro que essas últimas entidades não vêm como índias, mas com uma forma tipicamente relacionada aos seus atributos. Todavia, são entidades que se apresentam como adultos.
Feitas essas ressalvas, podemos dizer que todas as entidades de Umbanda, especialmente as Crianças, Caboclos e Pretos-Velhos, são espíritos ancestrais que estão ligados, cada um, a um Orixá. Assim, as crianças trazem a vibração dos Orixás Ibeji, conhecidos na Umbanda Esotérica como Yori; os Pretos-velhos vêm sob as vibrações dos Orixás Obaluaiê, Nana Burukum ou Yorimá e os Caboclos podem ser de Oxossi, Xangô, Ogum etc. Também é preciso falar que existem os chamados cruzamentos vibratórios em que uma entidade de Ogum, por exemplo, pode trazer também as forças de outro orixá, como Ogum Yara que além das forças de Ogum, movimenta também as forças dos Orixás das águas, como Yemanjá, Oxum etc.
Vejamos alguns exemplos de Caboclos de Oxossi: Caboclo Sete Flechas, Caboclo Folha Seca, Caboclo Pena Vermelha, Cacique das Matas, Caboclo Cobra-coral, Cabocla Jurema, Cabocla Jacyra, Caboclo Ventania, Caboclo Caçador e outros. Na linha de Ogum temos: Ogum de Lê, Ogum Beira-mar, Ogum Matinata, Ogum Sete Ondas, Caboclo Biritan, Ogum Megê, Ogum Sete Espadas e mais uma plêiade de espíritos que vêm sob essa vibração. Entre os caboclos de Xangô temos muitos caboclos famo­sos, como Caboclo das Sete Pedreiras, Caboclo Vira-mundo (que vem como Xangô ou Oxossi), Xangô Kaô, Caboclo Pedra Branca, Caboclo da Pedra Preta etc. Para citar alguns da linha de Oxalá, que dificilmente baixam, temos Caboclo Ubiratan, Caboclo Girassol, Caboclo Ipojucan, Caboclo Guaracy e Caboclo Tupi. Esses caboclos, normalmente, vêm fazendo cruzamento vibratório com outros orixás, especialmente com Oxossi.
Todas as entidades de Umbanda são importantes. Ainda que alguns se orgulhem de serem médiuns de caboclos renomados e tidos como chefes de falange, o que vemos é que quando estão no terreiro, os Caboclos tratam uns aos outros como iguais, mostrando que o que importa é o trabalho espiritual e, como em uma aldeia, tudo é feito em conjunto e com as ordens dos planos superiores. Assim diz um ponto cantado de caboclos: na sua aldeia ele é caboclo, é Rompe-mato e seu mano Arranca-toco, na sua aldeia lá na jurema, não se faz nada sem ordem suprema.
É também do linguajar de caboclo, que não cai uma folha da jurema (da mata), sem ordem de Oxalá, ou seja, que tudo na vida tem motivo e que nossas ações são registradas na lei de causa-e-efeito, ou lei do karma. Mas isso não significa ficar passivo, esperando o pior acontecer. Os Caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. No que é possível, os caboclos nos ajudam a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as dificuldades) e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas). Essa postura é evidenciada em vários pontos, como esse:
Atira, atira, eu atirei, eu bamba vou atirar Bicho no mato é corredor, Oxossi na mata é caçado.
Cadê Vira-mundo pemba (bis)
Tá no terreiro, pemba, com seus caboclos, pemba.
Veado no mato é corredor, cadê meu mano caçador
E o Caboclo Ventania que me protege noite e dia.
Para quem vivência o terreiro, que há anos luta as batalhas espirituais e já viu os caboclos vencendo as demandas dos filhos-de-fé, afastando entidades negativas, tratando doenças que a medicina muitas vezes não resolve e dando lições de simplicidade, humildade, coragem e persistência, ouvir ou mesmo lembrar esses pontos cantados, traz uma sensação de alegria que enche o coração, renova o ânimo e nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Melhor do que qualquer leitura sobre caboclo é vê-lo incorporado atendendo quem precisa.


  • Foi o Caboclo das 7 Encruzilhadas quem primeiro anunciou as diretrizes de uma nova religião, a Umbanda, em 1908.
  • Os caboclos são considerados os grandes mentores da Umbanda.
  • O termo "caboclo" além de designar índio, tem dentro de Umbanda o significado de espírito que trabalha  e que na religião vem sob as ordens de algum orixá.
  • Constituem uma falange e, como tal, penetram em todas as linhas, atuando em diversas vibrações.
  • São confundidos com o Orixá Oxossi, mas são, na realidade, trabalhadores espirituais  que pertencem a linha de Oxossi, embora sua irradiação possa ser de outro Orixá.
  • Possuem grande elevação espiritual, e trabalham incorporados em seus médiuns, dando passes e consultas, em busca de sua elevação espiritual.
  • Geralmente são os escolhidos pela espiritualidade para serem os Guias-Chefes dos médiuns representando o Orixá de cabeça do médium.
  • São o braço forte da Umbanda, muito utilizados nas sessões de desenvolvimento,  curas, desobsessões, solução de problemas psíquicos e demandas materiais e espirituais.
  • Espíritos de muita luz que assumem a forma de "índios", prestando uma homenagem à esse povo que foi massacrado pelos colonizadores.
  • Nem todos foram índios em suas encarnações passadas, havendo inclusive dentre eles, espíritos de médicos, cientistas e mestres de várias áreas.
  • Têm profundo conhecimento das ervas e seus princípios ativos, e muitas vezes, suas receitas produzem curas grandiosas.
  • Ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva limpando nossa aura e proporcionando energia e força para a conquista de nosso objetivo.
  • Entidades que através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram.
  • Em seus trabalhos de magia costumam usar pemba, velas, essências, flores, ervas, frutas e charutos.
  • Normalmente os caboclos usam a vibração do orixá masculino do médium e as caboclas do orixá feminino.
  • Ao encerrarem seus trabalhos em terra os caboclos voltam para a Aruanda, mas muitos deles dizem estar voltando para a Jurema, que na realidade, é  o mesmo espaço astral, conhecido por diversos nomes.
  • Em algumas casas, costumam usar durante as giras, penachos, arcos e flechas, lanças, etc. Falam de forma rústica, muitas vezes confundida com antipatia por alguns consulentes.
  • Os brados, emitidos por eles em terra, são como mantras e cada um emite um som de acordo com seu trabalho, para ajustar condições especificas que facilitem a incorporação, ou para liberarem bloqueios nos consulentes, nos médiuns ou no ambiente geral.
  • Sua cor é o verde escuro e seu dia a quinta-feira.
  • Sua saudação é: OKÊ CABOCLO! 

AS SETE LINHAS DE UMBANDA
Todas as entidades que militam na Corrente Astral de Umbanda estão dentro de uma das 7 linhas, que são:

  Id
LINHA OU VIBRAÇÃO DE ORIXALÁ:
Estas Entidades usam roupagem de Caboclos. São as mais perfeitas nas manifestações. Não fumam, mesmo no grau de Protetores. Suas vibrações fluídicas começam se fixando pela cabeça, por cima, na altura da glândula pineal e vai até aos ombros, com uma sensação de friagem pelo rosto, tórax, e certo nervosismo que se comunica de leve ao Plexo Solar. A respiração faz-se quase somente pela narina direita, entrecortada de suspiros longos. O movimento que indica o controle na matéria vem com um sacolejo quase que geral no corpo.
Falam calmos, compassado e se expressam sempre com elevação, conservando a cabeça do aparelho(médium), ora baixa ora semi levantada...
Baixam raras vezes e só o fazem, quando encontram o médium em excelente estado mental, e moral. As entidades apresentam-se invariavelmente calmas, quase não falam, consultam pouco e não assumem "chefia de cabeça", porém são sempre auxiliares.
  Id_Yemanja
LINHA OU VIBRAÇÃO DE YEMANJÁ:
Fazem sentir seus fluídos de ligação pela cabeça, braços e joelhos. Balançam o corpo do aparelho (médium) suavemente, levantando os braços em sentido horizontal, flexionando e tremulando as mãos, arfando um pouco o tórax, pela elevação respiratória e balançando a cabeça, tomam o controle do médium. Gostam, de trabalhar com água salgada ou de mar, fixando vibrações, porém serenos sem encenações.
  Id_YoriLINHA OU VIBRAÇÃO DE YORI:
Essas entidades, altamente evoluídas, externam pela máquina física, maneiras e vozes infantis, mas de modo sereno, às vezes apenas um pouco vivas.
Atiram seus fluídos sacudindo ligeiramente os braços e as pernas e tomam rapidamente o aparelho pelo mental. Gostam quando no plano de Protetores, de sentar no chão e comer coisas doces, mas sem desmandos.
Dão consultas profundas e são os únicos que adiantam algumas provações que ainda temos que passar, se insistirmos nisso.
  Id_Shango


 LINHA OU VIBRAÇÃO DE XANGÔ:
Essas entidades usam a forma de Caboclos, e se entrosam no Corpo Astral de maneira semi brusca, refletindo-se em arrancos no físico; suas vibrações atingem logo o consciente do aparelho (médium), forçando-o do tórax a cabeça, em movimentos de meia rotação e pela insuflação de suas veias do pescoço, com aceleração pronunciada do ritmo cardíaco, na respiração ofegante, até normalizarem seu domínio físico.
Emitem não uma espécie de som silvado, da garganta para os lábios, que parece externar o ruído de uma cachoeira ou de um surdo trovejar... Não gostam de falar muito
  Id_Ogum
LINHA OU VIBRAÇÃO DE OGUM:
Têm a forma de Caboclos. Estas entidades vibram também com força sobre o Corpo Astral, fixando seus fluídos pelas costas e cabeças, precipitam a respiração e tomam o controle do físico, quando o alteram para um porte desempenado. Geralmente dão uma espécie de "brado" que, num bom aparelho, se entende bem as duas sílabas da palavra OG-UM, como invocação à Vibração que o ordena.
Esses espíritos gostam de andar de um lado para outro e falam de maneira forte, vibrante e em todas suas atitudes demonstram vivacidade.
  Id_Oshossi

 LINHA OU VIBRAÇÃO DE OXOSSI:
Têm a forma de Caboclos; os Orixás, Guias e Protetores são suaves em suas apresentações ou incorporações. Jogam seus fluídos pelas pernas, com tremores e ligeiras flexões das mesmas.Falam de maneira serena e seus passes são calmos, assim como seus conselhos e trabalhos.
  Id_YorimaLINHA OU VIBRAÇÃO DE YORIMÁ:Essas entidades são verdadeiros magos, senhores da experiência e do conhecimento em toda espécie de magia. São os Orixás-Velhos da Lei de Umbanda - São donos dos mistérios da "Pemba" nos sinais riscados, da natureza e da Alma Humana. Têm a forma de pretos-velhos e se apresentando humildemente, falando um pouco embrulhado, mas, sendo necessário, usam a linguagem correta do aparelho(médium) ou do consulente.
Geralmente gostam de trabalhar e consultar sentados, pitando cachimbo, sempre numa ação de fixação e eliminação, através de sua fumaça.
Falam compassados e pensando bem no que dizem. Seus fluídos são fortes , porque fazem questão de "pegar bem" o aparelho(médium). Começam suas vibrações fluídicas de chegada, sacudindo a cabeça.
Cansam muito o corpo físico, pela parte dos rins e membros inferiores, com a posse do aparelho, conservando-o sempre curvado. Seus fluídos de presença vem como uma espécie de choque nervoso sobre a matéria e emitem um resmungado da garganta aos lábios, quando se consideram firmes na incorporação




AS TRÊS FORMAS DE APRESENTAÇÃO
As 3 formas de apresentação dos mentores espirituais, são:
·        PRETOS VELHOS (PAI PRETO) 
representando a HUMILDADE, SABEDORIA

·        CABOCLOS (de ORIXALÁ/ OXOSSI/ XANGÔ/ OGUM/ YEMANJÁ), representando a SIMPLICIDADE, a FORTALEZA
·        CRIANÇAS, 
representando a PUREZA, o AMOR.

 Vamos ver os atributos de cada forma de apresentação:

 CRIANÇAS

Essas entidades se manifestam de forma muito singela, com vozes infantis, são verdadeiros MAGOS DA PUREZA, transmitem as mais puras vibrações de alegria e amor universal. Trazem ao ambiente a alegria e a pureza, características, realmente, da fase da infância.


CABOCLOS: 

Essas entidades se manifestam produzindo em seus médiuns uma postura ereta e voz vibrante, são os MAGOS DA FORTALEZA, transmitem uma sensação de segurança, porém com muita simplicidade. Despertam nas pessoas a fortaleza moral.


PAIS VELHOS ou PRETOS VELHOS

Essas entidades se apresentam de forma simples, produzindo vozes muito calmas e fazendo com que seus médiuns se curvem. São os MAGOS DA SABEDORIA, trazem consigo vibrações de paz, serenidade e muita humildade. São entidades que carregam o peso da experiência, são sapientíssimas, mas sempre demonstrando muita humildade

 
Doutrina do Tríplice Caminho

Fica evidente que só entidades espirituais elevadas, já destituídas de qualquer atavismo espiritual (conceitos humanos), conhecedora da sistemática evolutiva planetária, poderiam atuar no Movimento Umbandista.
Mas para serem aceitos, esses Mestres planetários, adaptaram sua forma para melhor entendimento da coletividade.
Todos sabemos que as espíritos superiores estão livres dos atributos comoidade, raça, língua ou religião, contudo escolheram as formas de : Crianças, caboclos e pais velhos
Pq ??? Assim os brasileiros de origem indígenas se identificariam com os caboclos... os de origem africanas com os pais velhos... os de origem européia com as crianças...

- no aspecto representativo:
As 3 etapas da vida humana (infância, maturidade e senilidade) em todas as raças

no aspecto de valores:
CRIANÇA é símbolo do AMOR e PUREZA
CABOCLO é símbolo da FORTALEZA e SIMPLICIDADE
PAI VELHO é símbolo da SABEDORIA e HUMILDADE

Obs.: Isso em todo o planeta, adaptando as representações aos aspectos regionais (exp. Um velho mestre oriental na china e etc...)

O objetivo da Umbanda é resgatar para o homem sua cidadania espiritual, perdida pelo egoísmo, vaidade e orgulho. Para restituir a SANIDADE ESPIRITUAL do homem os MESTRES ASTRAIS se apresentam como:
Mestres da SABEDORIA (atuam no Campo MENTAL)
Mestres do AMOR e PUREZA (promovem a cura dos sentimentos)
Mestres da FORTALEZA e ATIVIDADE (atuam na energia física dos consulentes)
Vemos isso nos Templos de Umbanda, sem que os consulentes percebam...
Os Pais velhos orientam as mentes através dos conselhos e experiências
As Crianças infundem alegria, bom animo e felicidade
Os Caboclos trazem energias dos sítios da natureza, para saúde, impulso e movimento dos filhos de fé .

A tríplice manifestação dos Mestres Astralizados na Umbanda visa trazer:
  • Equilíbrio na mente
  • Estabilidade no sentimento
  • Harmonia nas ações

No momento da cosmogênese, conhecido como big-bang, 3 fenômenos concretizaram a criação:  
  • A LUZ
  • O SOM
  • O MOVIMENTO
Na doutrina do tríplice caminho, temos 3 doutrinas convergentes denominadas:
  • Doutrina TÂNTRICA corresponde a LUZ
  • Doutrina MÂNTRICA corresponde ao SOM
  • Doutrina YANTRICA corresponde ao MOVIMENTO


A doutrina TÂNTRICA é o caminho para a purificação e sublimação do ORGANISMO MENTAL do homem (MESTRES TÂNTRICOS são mestres DA SABEDORIA)

 A doutrina MÂNTRICA é o caminho para a purificação e sublimação do ORGANISMO ASTRAL do homem (MESTRES MÂNTRICOS são mestres DO AMOR e PUREZA)

A doutrina YÂNTRICA é o caminho para a purificação do ORGANISMO FÌSICO do homem (MESTRES YÂNTRICOS são mestres DA AÇÃO e  FORTALEZA)

Homem
Organismo
Sincretismo
Arquétipo
doutrina
cosmo
Pensamento
Mental
Pais Velhos
Sabedoria
Tântrica
Luz
Sentimento
Astral
Crianças
Amor
Mântrica
som
Ação
Físico
Caboclos
Atividade
Yântrica
Movimento



ENTRECRUZAMENTOS


 OXALÁ - A LUZ DO SENHOR DEUS

O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é "Gabarael".
As entidades que se apresentam sob essa vibração não costumam atuar diretamente na mecânica de incorporação, e no grau de Orixá-menor essas entidades se apresentam como " caboclos " , que a partir dos respectivos entrecruzamentos vibratórios se denominam:
Urubatão da Guia ---------------- representante direto de Oxalá
Guaraci ------------------------------ intermediário para Ogum
Guarani ------------------------------ intermediário para Oxossi
Aymoré ------------------------------ intermediário para Xangô
Tupi ----------------------------------- intermediário para Yorimá
Ubiratan ----------------------------- intermediário para Yori
Ubirajara ---------------------------- intermediário para Yemanjá
Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: ( Caboclo Águia Branca,Caboclo Itinguçu, Caboclo Girassol,Caboclo Nuvem Branca,Caboclo Guarantan,Caboclo Poty e outros).
 E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Caboclo Guaraná, Caboclo Malembá,Caboclo Água Branca, Caboclo das águas Claras, Caboclo Jacutinga,Caboclo Lírio Branco, Caboclo da Folha Branca, Caboclo Ibitan e outros).

Ogum -  O GUERREIRO CÓSMICO PACIFICADOR

O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é "Samuel".
As entidades que se apresentam sob essa vibração atuam constantemente na mecânica de incorporação, e seus trabalhos ativos visam o chamamento ( os clarins de Ogum ) e o abarcamento, buscando restabelecer a fé e a Lei única.
No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como " caboclos ", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:
Ogum de Lei ---------------------- representante direto de Ogum
Ogum Rompe-Mato ------------- intermediário para Oxossi
Ogum Beira Mar------------------ intermediário para Xangô
Ogum de Malé -------------------- intermediário para Yorimá
Ogum Megê ----------------------- intermediário para Yori
Ogum Yara -------------------------intermediário para Yemanjá
Ogum Matinata --------------------intermediário para Oxalá
 Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como:( Caboclo Tira-teima, Caboclo Humaitá, Caboclo 7 Ondas, Caboclo 7 Lanças, Caboclo Icaraí,Caboclo Estrela do Oriente e outros).
 E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Caboclo Espada Dourada, Caboclo do Escudo Dourado, Caboclo Oraí, Caboclo Angarê, Caboclo Karatan, e outros).

Oxossi - O CATEQUIZADOR DE ALMAS

O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é " Ismael ".
As entidades que se apresentam sob essa vibração no grau de Orixá-menor , raramente atuam na mecânica de incorporação. No grau de guias e protetores essas entidades depois das de Ogum, constituem na atual fase do movimento umbandista, o segundo maior número de entidades atuantes na mecânica de incorporação.
No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como " caboclos ", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:

Arranca-toco ------------------- representante direto de Oxossi
Cobra Coral ---------------------intermediário para Xangô
Tupynambá ----------------------intermediário para Yorimá
Juremá --------------------------- intermediário para Yori
Pena Branca ------------------- intermediário para Yemanjá
Arruda ---------------------------- intermediário para Oxalá
Araribóia ------------------------ intermediário para Ogum

Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: (Caboclo Tupiara, Caboclo Flecha Dourada, Caboclo 7 Estrelas, Caboclo 7 Folhas,Caboclo Folha Verde, e outos).
 E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Caboclo Jupurá, Caboclo Mata Verde,Caboclo Aratan, Caboclo 3 Penas, e outros).

Xangô - O SENHOR DIRIGENTE DAS ALMAS

O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é " Mikael ".
 Xangô é o senhor da justiça e da balança kármica na Ordem da Coroa Divina, sendo senhor da balança é também o senhor das almas e por essa razão que, o Arcanjo Mikael ( Arcanjo tutor de Xangô ) conhecido como São Miguel Arcanjo se eternizou na epopéia Lúcifer X Satã que narra a queda dos espíritos do reino virginal.
No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como "caboclos", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:

Xangô kaô ------------------------- representante direto de Xangô
Xangô Pedra Preta ------------- intermediário para Yorimá
Xangô 7 Cachoeiras ----------- intermediário para Yori
Xangô 7 Pedreiras -------------- intermediário para Yemanjá
Xangô Pedra Branca ----------- intermediário para Oxalá
Xangô 7 Montanhas ------------- intermediário para Ogum
Xangô Agodô --------------------- intermediário para Oxossi
 Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: (Caboclo do Sol e da Lua, Caboclo Pedra-Roxa, Caboclo Cachoeira, Caboclo Ventania,Caboclo Rompe Fogo e outros).

 E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: ( Caboclo Quebra-Pedra, Caboclo Itapiranga, Caboclo Sumaré, Caboclo do Raio, Caboclo Pedra-Verde e outros).


Yorimá - POTÊNCIA REINANTE DA LEI

O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é " Yramael ".
As entidades da vibração de Yorimá no grau de protetor, guia ou até Orixá-menor quando encontram filhos de fé de boa vontade, atuam na mecânica de incorporação e se expressam como pais-velhos, condutores e sábios, que nos orientam como búsulas norteadoras pelos caminhos da vida, e nos medicam no corpo e na alma quando necessitamos .
No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como "pretos-velhos", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:

Pai Guiné ----------------------- representante direto de Yorimá
Pai Congo D´Aruanda ------ intermediário para Yori
Pai Arruda ---------------------- intermediário para Yemanjá
Pai Tomé ------------------------intermediário para Oxalá
Pai Benedito -------------------intermediário para Ogum
Pai Joaquim --------------------intermediário para Oxossi
Vovó Maria Conga -----------intermediário para Xangô

 Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: (Pai Chico das Almas,Vovó Angola, Pai João D' Angola, Pai Congo do Mar, Vovó Cambinda de Guiné e outros).
 E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Pai Tibúrcio, Pai Celestino do Congo, Pai Cipriano, Pai João da Caridade, Pai Chico Carreiro, Vovó Barbina e outros).



Yori -  POTÊNCIA MANIFESTADA

O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é " Yoriel ".
 As entidades da faixa de Yori no grau de protetor, guia ou Orixá-menor quando encontram veículos de boa vontade, atuam na mecânica de incorporação e promovem consultas renovadoras que proporcionam alegria e harmonia aos consulentes.
No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como "crianças", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:
Tupãnzinho ------------------ representante direto de Yori
Yariri --------------------------  intermediário para Yemanjá
Ori -----------------------------  intermediário para Oxalá
Yari --------------------------- - intermediário para Ogum
Damião ---------------------- -intermediário para Oxossi
Doum --------------------------intermediário para Xangô
Cosme ------------------------ intermediário para Yorimá
 Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: (Mariazinha, Chiquinho, Paulinho, Aninha, Ricardinho, Crispim e outros).
 E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Estrelinha D' Angola,  Dominguinho,Dounzinho, Jureminha, Joãozinho da Praia e outros).
 

Yemanjá -   A SENHORA DA VIDA

O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é  " Rafael ".
 As entidades que se apresentam sob essa vibração, assim como as entidades de Oxalá, raramente atuam na mecânica de incorporação pois, trabalham por cima, organizando e dando novos rumos ao movimento umbandista. Nos graus de protetor e guia estas entidades ocasionalmente atuam nos terreiros.
No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como " caboclos ", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:

Cabocla Yara ---------------------- representante direto de Yemanjá
Cabocla Sereia do Mar --------- intermediário para Oxalá
Cabocla do Mar ------------------- intermediário para Ogum
Cabocla Indayá -------------------- intermediário para Oxossi
Cabocla Yansã -------------------- intermediário para Xangô
CAbocla Nanã Burukum -------- intermediário para Yorimá
Cabocla Oxum --------------------- intermediário para Yori
 Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: (Cabocla Cinda, Caboclo do Mar, Cabocla 7 Luas, Cabocla Juçanã,Cabocla Jandira e outros).

E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Cabocla Lua-Nova, Cabocla Rosa-Branca, Caboclo da Praia, Cabocla Jacy, Cabocla da Concha Dourada,Caboclo 7 Conchas e outros).


pretvelh

FONTES:  


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

OBALUAÊ/OMULU

É a ausência da vida e da luz. Representado pelo Cruzeiro das Almas.

Orixá de transformação energética, de toda energia produzida de forma natural ou artificial, quer dizer, a energia natural é toda aquela emanada da natureza ou do nosso próprio pensamento e a artificial é a fabricada (oferendas). Ele transforma tudo e descarrega para terra.

Orixá da transição para a vida astral. Senhor dos segredos da vida e da morte. Mestre das Almas.

Se Exu é o grande manipulador das forças de magia, o Sr. Omulu é o Mestre.

Quando desencarnamos tem sempre um enviado de Omulu do nosso lado, por isso é que ele sempre diz que temos que resgatar a nossa dívida; temos que agir efetivamente para resgatarmos o nosso Karma.

Sincretizado no Rio de Janeiro com São Lázaro tem o seu dia comemorado em 17 de dezembro.

- Reino: calunga pequena (cemitério).
- Cores: preta e branca em proporções iguais.
- Elemento: terra.
- Dia da Semana de vibração maior: sábado
- Planeta: Saturno

Características dos seus filhos: Pessoas fechadas, que passam por grandes transformações na vida, normalmente ligadas a perdas. São protegidos contra qualquer tipo de magia. A mediunidade é aguçada desde muito jovem.

OBS.: Obaluaê é um desdobramento de Omulu, vibrando em forma mais jovem. Não se trata de outro Orixá, mas sim de um desdobramento.

OFERENDA


- Velas Brancas
- Pano Branco
- Pipoca estourada com Areia da Praia (se tiver)
- Enfeitar com Coco fatiado
- Rosas Brancas, Crisântemo Brancos, Vinho Branco 

Na Umbanda, o culto é feito a Obaluaiê, que se desdobra com o nome de Omulu. Orixá originário do Daomé. É um Orixá sombrio, tido entre os iorubanos como severo e terrível, caso não seja devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através de gestos humildes, honestos e leais.
Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e Obaluaiê estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto), que será recebido no útero materno assim que alcançar o desenvolvimento celular básico (órgãos físicos).


CARACTERÍSTICAS
COR
Preto e branco
FIO DE CONTAS
Contas e Miçangas Pretas e Brancas leitosas.
ERVASCanela de Velho, Erva de Bicho, Erva de Passarinho, Barba de Milho, Barba de Velho, Cinco Chagas, Fortuna, Hera. (cuféia -sete sangrias, erva-de-passarinho, canela de velho, quitoco, Zínia)
SÍMBOLO
Cruz
PONTOS DA NATUREZA
Cemitério, grutas, praia
FLORES
Monsenhor branco
ESSÊNCIAS
Cravo e Menta
PEDRAS
Obsidiana, Ônix, Olho-de-gato
METAL
Chumbo
SAÚDE
Todas as partes do corpo (É o Orixá da Saúde)
PLANETA
Saturno
DIA DA SEMANA
Segunda-feira
ELEMENTO
Terra
CHAKRA
Básico
SAUDAÇÃO
Atôtô (Significa “Silêncio, Respeito”)
BEBIDA
Água mineral (vinho tinto)
ANIMAIS
Galinha d’angola, caranguejo e peixes de couro, cachorro.
COMIDAS
Feijão preto, carne de porco, Deburú – pipoca, (Abadô – amendoim pilado e torrado; latipá – folha de mostarda; e, Ibêrem – bolo de milho envolvido na folha de bananeira)
NÚMERO
3
DATA COMEMORATIVA
16 de Agosto (17 de Dezembro)
SINCRETISMO:
São roque (São Lázaro).
INCOMPATIBILIDADES:
Claridade, sapos
ATRIBUIÇÕES
Muitos associam o divino Obaluaiê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas Obaluaiê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro, de uma dimensão para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa
AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OBALUAIÊ
Ao senhor da doença é relacionado um arquétipo psicológico derivado de sua postura na dança: se nela Omulu/Obaluaiê esconde dos espectadores suas chagas, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos em sua postura, a desgraça que o abate. No comportamento do dia-a-dia, tal tendência se revela através de um caráter tipicamente masoquista.
Arquetipicamente, lega a seus filhos tendências ao masoquismo e à autopunição, um austero código de conduta e possíveis problemas com os membros inferiores, em geral, ou pequenos outros defeitos físicos.
Pierre Verger define os filhos de Omulu como pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida corre tranqüila para elas. Podem até atingir situações materiais e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.
No Candomblé, como na Umbanda, tal interpretação pode ser demais restritiva. A marca mais forte de Omulu/Obaluaiê não é a exibição de seu sofrimento, mas o convívio com ele. Ele se manifesta numa tendência autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma grande capacidade de somatização de problemas psicológicos (isto é, a transformação de traumas emocionais em doenças físicas reais), como numa elaboração de rígidos conceitos morais que afastam seus filhos-de-santo do cotidiano, das outras pessoas em geral e principalmente os prazeres. Sua insatisfação básica, portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si próprio, uma vez que ele foi estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição.
Em outra forma de extravasar seu arquétipo, um filho do Orixá , menos negativista, pode apegar-se ao mundo material de forma sôfrega, como se todos estivessem perigosamente contra ele, como se todas as riquezas lhe fossem negadas, gerando um comportamento obsessivo em torno da necessidade de enriquecer e ascender socialmente.
Mesmo assim, um certo toque do recolhimento e da autopunição de Omulu/Obaluaiê serão visíveis em seus casamentos: não raro se apaixonam por figuras extrovertidas e sensuais (como a indomável Iansã, a envolvente Oxum, o atirado Ogum) que ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao cônjuge de Omulu/Obaluaiê um papel mais discreto. Gostam de ver seu amado brilhar, mas o invejam, e ficam vivendo com muita insegurança, pois julgam o outro, fonte de paixão e interesse de todos.
Assim como Ossãe, as pessoas desse tipo são basicamente solitárias. Mesmo tendo um grande círculo de amizades, freqüentando o mundo social, seu comportamento seria superficialmente aberto e intimamente fechado, mantendo um relacionamento superficial com o mundo e guardando sua intimidade para si própria. O filho do Orixá oculta sua individualidade com uma máscara de austeridade, mantendo até uma aura de respeito e de imposição, de certo medo aos outros. Pela experiência inerente a um Orixá velho, são pessoas irônicas. Seus comentários porém não são prolixos e superficiais, mas secos e diretos, o que colabora para a imagem de terrível que forma de si próprio.
Entretanto, podem ser humildes, simpáticos e caridosos. Assim é que na Umbanda este Orixá toma a personalidade da caridade na cura das doenças, sendo considerado o “Orixá da Saúde”.
O tipo psicológico dos filhos de Omulu é fechado, desajeitado, rústico, desprovido de elegância ou de charme. Pode ser um doente marcado pela varíola ou por alguma doença de pele e é freqüentemente hipocondríaco. Tem considerável força de resistência e é capaz de prolongados esforços. Geralmente é um pessimista, com tendências autodestrutivas que o prejudicam na vida. Amargo, melancólico, torna-se solitário. Mas quando tem seus objetivos determinados, é combativo e obstinado em alcançar suas metas. Quando desiludido, reprime suas ambições, adotando uma vida de humildade, de pobreza voluntária, de mortificação.
É lento, porém perseverante. Firme como uma rocha. Falta-lhe espontaneidade e capacidade de adaptação, e por isso não aceita mudanças. É vingativo, cruel e impiedoso quando ofendido ou humilhado.
Essencialmente viril, por ser Orixá fundamentalmente masculino, falta-lhe um toque de sedução e sobra apenas um brutal solteirão. Fenômeno semelhante parece ocorrer no caso de Nanã: quanto mais poderosa e mais acentuada é a feminilidade, mais perigosa ela se torna e, paradoxalmente, perde a sedução.
COZINHA RITUALÍSTICA
FEIJÃO PRETO
Cozinha-se o feijão preto, só em água, e depois refoga-se cebola ralada, camarão seco e Azeite-de-Dendê, misturando ao feijão.
OLUBAJÉ 
(Olu-aquele que, ba-aceita, jé-comer ; ou ainda aquele-que-come)
O Olubajé, não é uma comida específica, mas sim um banquete oferecido à Obaluaiê.
São oferecidos pratos de aberém (milho cozido enrolado em folha de bananeira), carne de bode e pipocas.
Seus “filhos” devidamente “incorporados” e paramentados oferecem as mesmas aos convidados/assistentes desta festa.
É uma oferenda coletiva para os Orixás da Terra e suas ligações – Omulu/Obaluaiê, Nana e Oxumarê, é aguardada durante todo o ano com muito entusiasmo, pois é nesta oferenda que os iniciados ou simpatizantes irão agradecer por mais um ano que passaram livre de doenças e pedir por mais um período de saúde, paz e prosperidade.
A celebração oferece aos participantes um vasto cardápio de “comidas de santo”, e, após todos comerem, participam de uma limpeza espiritual, que evoca a proteção destas divindades por mais um ano na vida de cada um.
É uma das cerimônias mais importantes do Candomblé, e relembra a lenda da festa que ocorria na terra de Obaluaiê, com todos os Orixás, na qual ele não podia entrar. (ver lenda mais abaixo).
LENDAS DE OBALUAIÊ
ORIXÁ DA CURA, CONTINUIDADE E DA EXISTÊNCIA !!!
Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaiê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaiê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro. Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaiê entrou, mas ninguém se aproximava dele. Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situação de Obaluaiê e dele se compadecia. Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão. O xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado. Os orixás dançavam alegremente com suas ekedes. Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaiê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão.
Obaluaiê, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador. Obaluaiê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos dos mortos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.
XAPANÃ, REI DE NUPÊ.
Xapanã, originário de Tapa, leva seus guerreiros para uma expedição aos quatro cantos da terra. Uma pessoa ferida por suas flechas ficava cega, surda ou manca, Obaluaê-Xapanã chega ao território de Mahi no norte de Daomé, matando e dizimando todos os seus inimigos e começa a destruir tudo o que encontra a sua frente. Os Mahis foram consultar um Babalaô e o mesmo ensinou-os como fazer para acalmar Xapanã. O Babalaô diz que estes deveriam tratá-lo com pipocas, que isso iria tranqüiliza-lo, e foi o que aconteceu. Xapanã tornou-se dócil. Xapanã contente com as atenções recebidas mandou construir um palácio onde foi viver e não mais voltou ao país Empê. O Mahi prosperou e tudo se acalmou.
AS DUAS MÃES DE OBALUAIÊ
Filho de Oxalá e Nanã, nasceu com chagas, uma doença de pele que fedia e causava medo aos outros, sua mãe Nanã morria de medo da varíola, que já havia matado muita gente no mundo. Por esse motivo Nanã, o abandonou na beira do mar. Ao sair em seu passeio pelas areias que cercavam o seu reino, Iemanjá encontrou um cesto contendo uma criança. Reconhecendo-a como sendo filho de Nanã, pegou-a em seus braços e a criou como seu filho em seus seios lacrimosos. O tempo foi passando e a criança cresceu e tornou um grande guerreiro, feiticeiro e caçador. Se cobria com palha da costa, não para esconder as chagas com a qual nasceu, e sim porque seu corpo brilhava como a luz do sol. Um dia Iemanjá chamou Nanã e apresentou-a a seu filho Xapanã, dizendo: Xapanã, meu filho receba Nanã sua mãe de sangue. Nanã, este é Xapanã nosso filho. E assim Nanã foi perdoada por Omulu e este passou a conviver com suas duas mães.

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PRECE PARA OMULU

Salve o Senhor o Rei da Terra!
Médico da Umbanda, Senhor da Cura de todos os males do corpo e da alma.
Pai da riqueza e da bem-aventurança.
Em ti deposito minhas dores e amarguras, rogando-te as bênçãos de saúde, paz e prosperidade.
Faz-me, Senhor do trabalho; um filho de bom ânimo e disposição, para triunfar na luta pela sobrevivência.
Faz-me digno de merecer todo dia e toda noite, vossas bênçãos de luz e misericórdia.
ATOTÔ
ATOTÔ OBALUAUÊ!

ORAÇÃO PARA OBALUAYÊ

Oh, Mestre da Vida,
Proteja seus filhos para que suas vidas sejam marcadas pela saúde.
Vós é o limitador das enfermidades.
Vós é médico dos corpos terrenos e almas eternas.
Suplicamos sua misericórdia aos males que nos afetam!
Que suas chagas abriguem nossas dores e sofrimentos.
Concede-nos corpos sadios e almas serenas.
Mestre da Cura, amenize nossos sofrimentos que escolhemos resgatar nessa encarnação!
Atotô meu Pai!

PRECE DE OBALUAIÊ

Mestre das almas!
Meu corpo está enfermo…
Minha alma está abalada,
Minha alma está imersa na amargura de um sofrimento
Que me destrói lentamente.
Senhor Omolu!
Eu evoco – Obaluaiê
Oh!
Deus das doenças
Orixá que surge, diante dos meus olhos
Na figura sofredora de Lázaro.
Aquele que teve a graça de um milagre
No gesto do Divino Filho de Jesus.
Oh!
Mestre dos mestres
Obaluaiê
Teu filho está enfermo…
Teu filho se curva, diante da tua aura luminosa.
Na magia do milagre,
Que virá de tuas mãos santificadas pelo sofrimento…
Socorre-me…
Obaluaiê…
Dai-me a esperança da tua ajuda.
Para que me encoraje diante do martírio imenso que me alucina,
Faças com que eu não sofra tanto – Meu Pai
Senhor Omolu!
Tu és dono dos cemitérios,
Tu que és sentinela do sono eterno,
Daqueles que foram seduzidos ao teu reino.
Tu que és guardião das almas. que ainda não se libertou da matéria,
Ouve a minha súplica, atende ao apelo angustioso do teu filho.
Que se debate no maior dos sofrimentos.
Salve-me – Irmão Lázaro.
Aqui estou diante da tua imagem sofredora,
Erguendo a derradeira prece dos vencidos,
Conformado com o destino que o Pai Supremo determinou.
Para que eu suplicasse minha alma no maior dos sofrimentos.
Salve minha alma desse tormento que me alucina.
Tome meu corpo em teus braços.
Eleva-me para teu reino.
Se achares porém, que ainda não terminou minha missão neste planeta,
Encoraja-me com exemplo da tua humildade e da tua resignação.
Alivia meus sofrimentos, para que levante deste leito e volte a caminhar.
Eu te suplico, mestre!
Eu me ajoelho diante do poder imenso,
De que és portador.
Invoco a vibração do Obaluaiê.
A – TÔ – TÔ, Meu Pai.
Obaluaiê,
Meu Senhor, ajude-me

Prece a Obaluaiê-Omulu

Dominador das epidemias. De todas as doenças e da peste. Omulu, Senhor da Terra. Obaluaiê, meu Pai Eterno. Dai-nos saúde para a nossa mente, dai-nos saúde para nosso corpo. Refoçai e revigorai nossos espíritos para que possamos enfrentar todos os males e infortúnios da matéria. Atotô meu Obaluaiê! Atotô meu Velho Pai! Atotô Rei da Terra! Atotô Babá!